terça-feira, 30 de maio de 2017

Rubem Alves - o brasileiro que pensou numa Educação verdadeira



Para quem não conhece Rubem Alves, saiba que estou fazendo um texto sobre um dos maiores brasileiros que existiu. Educador, escritor, filósofo e provocador.
Um homem que entendeu a Educação de forma ampla e progressiva. Teve contato com todos os públicos e enxergava nas crianças os seres mais interessantes. Questionadores, observadores e verdadeiros. Todo o encanto de uma criança se perde com o passar dos anos. A omissão, a mentira, a politicagem são características intrínsecas do ser adulto. A criança quando não gosta não mente. Ela pergunta coisas fantásticas do tipo: por que o sapatinho da Cinderela não se transformou em um calçado simples após a meia-noite? Por que não desfez o encanto?
Essas são observações deste ser humano fantástico que foi Rubem Alves.
Um grande observador. Criticou as grades curriculares e as comparou com prisões. Rubem não gostava deste termo que "engessa" a Educação. Odiava para falar a verdade. A grade é como uma prisão.
Na entrevista que concedeu a Antônio Abujamra teceu comentários sobre a Escola da Ponte que visitou em Portugal. Falou do modelo de ensino da escola que é totalmente diferente das tradicionais. Uma criança o apresentou o contexto da escola e enfatizou os grupos de estudo. As crianças com deficiência se sentiam mais inseridas no processo ensino-aprendizagem. A escola foi alvo de protestos porque o ser humano não tolera o diferente. É condicionado a pensar de forma padronizada, seguir uma estúpida linearidade que nos leva a lugar nenhum.

Rubem Alves era fantástico e o meu papel é singelo neste texto, mas faço questão de propagar seus ideais pelos anos que terei pela frente. Há muito tempo gostaria de escrever sobre ele. Há anos faço referência em minhas aulas ao grande Rubem Alves. Escrevo com certa tristeza porque ele já se foi. Um grande amigo disse uma vez que o tinha como se fosse um parente e eu me identifiquei.
Vejo e revejo sua entrevista no programa Provocações e não me canso. Vou assistir essa entrevista para sempre.

Que bom que ele existiu. Criticou as religiões. Por que o celibato? Por que a virgindade mesmo após o parto de Maria?
Por que ver Deus como um ser punitivo, um carrasco?

Questões mais do que importantes. No dia 19 de julho de 2014 ele se foi.
Rubem Alves, você ainda vive em nós.
Obrigado!

Stefan Willian


segunda-feira, 29 de maio de 2017

O Brasil foi violentado e continua sofrendo abusos



O Brasil é um país com recursos naturais abundantes, ótimo clima, magníficas paisagens, possui a maior floresta do planeta com uma biodiversidade incalculável, pré-sal, estados que possuem a maior diversidade cultural e com climas heterogêneos, a comida mais saborosa, um povo bonito e acolhedor.

Esta é a definição clara de nosso país. Agora peço licença para o desabafo:
Somos uma nação que tinha tudo para prosperar, ser uma referência em todos os âmbitos. Poderíamos viver bem, como nação desenvolvida e referência em todas as áreas de conhecimento. Se o Brasil quisesse não dependeria de ninguém. Temos tudo e mais um pouco em nosso solo. Até tecnologia de ponta poderíamos produzir se não fosse a intervenção de fora. 

Mas, o que acontece é que o Brasil continua sendo uma colônia dos povos estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos. Nossos governantes são os mais egoístas e corruptos e por isso bloqueiam como querem o desenvolvimento. As políticas internas são construídas com objetivo de limitar o povo. Manter o máximo de gente na miséria. 

Como se explica as taxas absurdas de impostos? Tudo é colocado na conta do pobre assalariado. E é absurdamente revoltante esta ganância voraz dos nossos governantes pelo poder a todo custo. Eles preferem que uma mãe se mate para sustentar o filho do que perder uma garrafa de champagne. Pessoas morrem de fome, passam aperto, doenças psíquicas para sustentar estes bandidos que são eleitos para criarem projetos e mais projetos que visam destruir a população. E são muito bem remunerados para isto. Inclusive, nós pagamos em dia. 

O Brasil chegou no ponto máximo de escárnio. É um país que foi estuprado e continua sofrendo abusos destes monstros que infelizmente são reais. Antes fosse um pesadelo como nos filmes de Freddy Krueger, mas o país não consegue se despertar. 

Dostoiévski disse: "Eu penso que se o Diabo não existe e foi simplesmente criado pelo homem, este fez à sua imagem e semelhança". Jesus deve olhar lá de cima com muita tristeza. Aqui é um Éden que virou Inferno. 

E Abujamra complementou: "Eu não sou provocador: SOU PROVOCADO. É o meu país que me provoca toda vez que leio os jornais". 
Daqui a pouco as crianças já estarão agregando ao seu vocabulário palavras como propina, delação premiada e foro privilegiado. 

O pior é tolerar os "sabichões" que se (des) informam pela Globo e Veja e acham que estão por dentro de tudo. Não passam de haters. 

Lamentável esta podridão que assola o país do Oiapoque ao Chuí. E nesta revolução os memes não vão salvar ninguém. A única salvação é ir para a rua pedir basta. Eleições diretas e depois a Reforma Política, mais do que necessária. 

E que os corruptos sejam presos aqui, ou até mesmo nos Estados Unidos. Que respondam e paguem por seus crimes contra a nação. 

Basta! 

Stefan






domingo, 28 de maio de 2017

Que proliferem os sebos!


Caro leitor, 
neste texto peço permissão para ir na contramão da sociedade tecnológica. É mais que um dever cívico e de professor falar sobre a importância dos sebos. 
Para quem não está familiarizado com a palavra sebo, segue a tradução: é uma livraria onde se compram e vendem livros usados. 
Por que eu prefiro os sebos às livrarias? Simples, quando o leitor vai a um sebo ele assume a posição de aventureiro, um explorador de terras desconhecidas. Numa livraria você tem as seções bem definidas: Romance, Educação, Religião, Filosofia, Infantil, Estrangeiros e por aí vai. 

Já no sebo você tem que explorar o local à procura do livro do seu interesse. Além de apurar a qualidade da obra escolhida, ou seja, se tem de fato condições de leitura. E muitas vezes você encontra obras fantásticas por um preço bem mais em conta do que se cobra nas livrarias. Uma ida a um sebo é uma aventura fantástica e os tesouros que você se depara são os grandes pensadores e escritores que nos levam a cenários magníficos e inusitados como Machado de Assis, Oscar Wilde, Jean Paul Sartre, José Saramago, Tolkien, James Joyce, Nelson Rodrigues...

É inconcebível ver pessoas tão críticas em tempos de internet, mas que não têm o hábito de ler. Críticas vazias e infundadas. Não podemos aplaudir os haters. É tempo de sair da letargia da ignorância e começar a ler. Se cada brasileiro lesse dois livros por mês, não estaríamos vivendo esta barbárie de corrupção e ineficiência administrativa. A educação deve estimular o processo reflexivo.  

Nas escolas, os alunos enxergam a leitura como obrigação devido as atividades submetidas. O livro vem sempre acompanhado de uma tarefa às vezes fora de hora que é um resumo, resenha ou uma prova de múltipla escolha. Isto pode afastar o aluno. Difícil uma reflexão mais aprofundada quando a atividade é cercada de instrumentos avaliativos que colocam a leitura em segundo plano, dando lugar aos pontos. É óbvio que é importante saber elaborar uma resenha, mas primeiro é primordial estimular a leitura e não transformá-la numa prática condicionada e até mesmo enfadonha. O primeiro passo sempre é o estímulo.

Para Umberto Eco "a leitura é uma necessidade biológica da espécie. Nenhum ecrã ou nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade de leitura tradicional".

Isto é fato. Alguns mecanismos tecnológicos como o Kindle aproximaram a leitura da juventude. O importante é ler, não importa o meio. Particularmente, prefiro o livro. Gosto tanto do livro novo, quanto do livro usado e suas páginas amareladas. É uma viagem no tempo ler Machado de Assis num livro antigo, que também vai te levar a outro século. Que proliferem os sebos!

Àqueles que não gostam de ler: preste pelo menos um serviço à sociedade e passe para frente alguns livros que estão parados na estante. Talvez, obras que foram herdadas e não têm serventia para o seu brazilian way of life

Assim todos ganham. Principalmente, nós leitores e os livros que não ficarão presos como pássaros em gaiolas. 


Como diz Mario Sérgio Cortella: "É tempo para o conhecimento!"


Stefan Willian

terça-feira, 23 de maio de 2017

Qual é a sua matéria-prima?


Qual é a sua matéria-prima? 
A matéria-prima é o que move o mundo. 
É o combustível do ser humano.
O que o torna produtivo?
 Qual é a sua?

Uma empresa não sobrevive se o produto não tem demanda. 
Um portal de notícias não sobrevive se não se atualiza. 

O minério de ferro, as placas eletrônicas, os fios condutores,
as informações. 
Tudo é matéria-prima. 
O que você fornece para a sociedade?
Quanto vale o seu produto no mercado?
O que você faz bem?  
Quanto mais abundante a matéria-prima melhor. 

Ela está no que você faz de melhor.
A minha matéria-prima é infinita.
É o cotidiano.
É a vida. 
É um acontecimento que vira reflexão. 
Que provoca. 
Que caminha. 
Qual é a sua matéria-prima?

Stefan Willian 


segunda-feira, 22 de maio de 2017

Quando o comediante chora...



Sem dúvida, a profissão mais difícil e desafiante de todos os tempos é a de comediante. Fazer uma plateia dar gargalhadas não é tarefa fácil. Ser comediante é nascer comediante. É um dom e poucos sabem usar esta habilidade. Além do mais, é ter que fazer os outros rirem mesmo quando se quer chorar.

Lembro-me como se fosse ontem do dia em que passei mal de rir com um filme. É importante explicar este passar mal. Era inacreditável. Eu chorava de rir, meu estômago dançava no meu organismo. O responsável era um ator baixinho, peludo e que falava muito rápido. Seu nome: Robin Williams. O filme: Uma babá quase perfeita.
É uma memória que carrego da minha infância. Tinha uns oito ou nove anos e sempre que vejo este filme me recordo daquela noite, assistindo Tela Quente.

Escrevo este texto, caro leitor, porque ontem assisti a mais um filme clássico de Robin Williams. Já tinha assistido nos tempos de colégio, porém filmes bons a gente assiste mais de uma vez. O Pescador de Ilusões, é sem dúvida uma obra-prima. E me deparei, mais uma vez, gargalhando em uma cena no restaurante. Williams, de forma sutil, nos faz rir em uma cena singela comendo comida oriental e fazendo uma bagunça com os outros personagens.

Foram tantos filmes marcantes na sua carreira que é impossível assistir somente uma vez. Sociedade dos Poetas Mortos é esplendido, Patch Adams emocionante, Gênio Indomável reflexivo, Amor além da vida metafísico, Tempo de despertar impressionante, Bom dia Vietnã magnífico, Hook - A volta do Capitão Gancho espetacular.

Nas décadas de 80 e 90 Robin dominou tudo. Não existiu nenhum comediante com o raciocínio mais rápido que ele. O único que conseguia emendar uma piada na outra e fazer você rir de duas situações ao mesmo tempo sem sequer digerir a primeira. Ele falava tão rápido que bagunçava o cérebro do espectador, causando espasmos de risos no público. David Letterman que o diga: o recebeu mais de 50 vezes em seu talk show. Era audiência na certa.

Mas, voltando ao início do texto, o que acontece quando se vive um drama e tem que ser engraçado? Este é o dilema da maioria dos que se aventuram no mundo do humor. É literalmente ignorar o estado de espírito. Ligar o foda-se para as emoções interiores.

O dia 11 de agosto de 2014 foi uma das datas mais tristes para os amantes da sétima arte. Um dos maiores atores de todos os tempos, morria neste dia. E a causa: suicídio. Enforcou-se em sua casa.

O homem que fez milhões rirem se entregou ao pior destino. Um final difícil de aceitar. Difícil de acreditar.

Será que Williams somente voltou à terra como pó ou sua alma vaga em outro plano? Será que Deus teve misericórdia? Ou não?

A vida não é fácil para ninguém, principalmente para os comediantes que devem nos fazer rir mesmo quando querem chorar.

Stefan Willian



sábado, 20 de maio de 2017

O último show

Imagem: Lucas Lima/UOL
Um show histórico e triste. Eu estava lá.
Foi em pleno sábado de aleluia, no dia 15 de abril, que Kid Vinil subiu pela última vez no palco.
O clima antes do show era ótimo. A turma dos anos 70, 80 e 90 estava em peso e o local repleto de fãs nostálgicos.
Era uma noite anos 80 no Clube Dom Pedro II, chamada Festa Retrô. Outros grandes nomes da música se apresentariam na noite como Kiko Zambianchi e Ritchie, além do DJ Black Show.

Kid Vinil não decepcionou ao assumir o microfone. Sua vitalidade era grande. Levantou o público lafaietense com os principais sucessos, "Eu sou boy", Tic Tic Nervoso", entre outros. Um verdadeiro representante do Rock Nacional. Músicos do Ultraje a Rigor o acompanhavam na noite histórica.
Tocou aproximadamente sete músicas e se despediu com o seu carisma característico. Em seguida, Zambianchi assumiu o palco. Foi quando na metade da segunda música tudo parou.
Um silêncio no palco, ninguém entendia nada. Olhares se cruzavam à espera de alguma resposta, de alguma informação. O que aconteceu??? Todos se questionavam.
Foi quando um representante do clube surgiu no palco dizendo que Kid Vinil tinha passado mal. Um choque que além de atingir o público também acertou em cheio sua produção. O músico foi atendido no local e em seguida transferido para um hospital de Conselheiro Lafaiete.
Seus companheiros não tiveram mais clima para tocar e a plateia compreendeu perfeitamente. O entusiasmo se apagara e dava lugar a preocupação.
Após um tempo foi transferido para São Paulo e no dia 19 de maio, infelizmente, não resistiu. Um ponto final na página da vida.
O escritor inglês Aldous Huxley disse certa vez: “Conhecimento não é aquilo que você sabe, mas o que você faz com aquilo que você sabe”.
E Kid Vinil soube passar como ninguém seu conhecimento sobre a história do rock às demais gerações. Um grande defensor do rock, do underground até os nomes mais conhecidos. Um oásis em tempos de músicas industrializadas e com prazos de validade cada vez menores.
Morre mais um grande nome da música e do rádio. E eu pensei que ele viveria pelo menos uns 100 anos! A Morte realmente não faz cerimônia e não pede licença.

Antônio Carlos Senefonte, Kid Vinil, que agora você esteja com os grandes nomes do Rock Nacional e da música brasileira: Raúl Seixas, Renato Russo, Cazuza, Cássia Eller, Chico Science, entre outros que você admirava e já se foram.
Que no céu tenha muita música boa!

E o pior de tudo é que político não morre...


Stefan Willian




quarta-feira, 17 de maio de 2017

Exorcizar não basta. Tem que orar e vigiar!


Que noite de quarta-feira foi esta! Parecia final de Copa do Mundo. A edição do JN foi tão tensa que até os apresentadores gaguejaram. 
Sejamos francos: tinha que ter um botão de reset na política brasileira e começarmos tudo de novo! Michel Temer autorizou a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. 
Que vergonha! Aulas de Ética 1, 2 e 3 nas escolas, faculdades e mais palestras sobre ética nas empresas, ainda vai ser pouco para mudar este quadro do país. 
Basta de políticos corruptos! Chega de impunidade! Chega de caixa 2! Parem as propinas! 
E, por favor! Parem de culpar somente um partido! A corrupção é geral e sistemática! Vamos às ruas lutar por um país melhor e menos sórdido. 
Como disse Martin Luther King: "Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele". 
E teremos que protestar muito contra os que saem e os que herdarão o poder. Orai e vigiai! 
Somente uma pergunta:
Michel Temer renuncia até o fim de semana???

Stefan

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Haters: entre o ódio e a covardia


Na sociedade atual dois mecanismos servem de meios para disseminação do ódio e da raiva: o carro e o computador.

Motoristas são agressivos nos seus veículos diante do trânsito caótico. Já os haters são vorazes atrás do computador. Muitos se escondem em perfis falsos e utilizam deste mecanismo para disseminar o ódio pelo vasto mundo da internet. Para quem não conhece, hater "é um termo usado na internet para classificar pessoas que postam comentários de ódio ou crítica sem muito critério".

É o que mais existe atualmente. Pessoas do nosso próprio facebook são intolerantes a opiniões contrárias e destilam seu ódio. Em tempos de política e lava jato no Brasil nem se fala. Se a pessoa é de esquerda, de direita ou de centro vai ter que lidar com os haters de plantão. Que falam um monte de bobagem sem fundamentos.

Que se consideram os sabichões, mas não abrem um livro para ler, não se instruem e no fundo são mais massa de manobra do que imaginam.
Umberto Eco disse "As redes sociais deram o direito à palavra a legiões de imbecis que, antes, só falavam nos bares, após um copo de vinho e não causavam nenhum mal para a coletividade".

É o que ocorre com frequência. Essa pluralidade de opiniões infundadas, é um mar de lama que assola a população. O pior é quando se destinam a destruir uma pessoa. É muita falta do que fazer e excesso de imbecilidade.

A onda de bolsonáticos é assim, os coxinhas que só enxergam defeitos no PT também são outra classe de haters. Os esquerdopatas que só enxergam corrupção na direita também são outro grupo de fanáticos. Acaba que vira um empurra-empurra de acusações e no fundo está difícil encontrar um bom candidato para as próximas eleições.

Chega a ser doentio. Uma pessoa que se esconde atrás de um perfil falso para propagar sua raiva deveria se internar. É, sem dúvida, um ato de covardia. Esses também são assassinos, bandidos, fascistas.

Já os que não se escondem deveriam ser menos radicais, pois na política brasileira tudo pode acontecer. O caos já se instalou em todos os níveis e a corrupção exala por todos os lados, inclusive na própria sociedade.

Encerro com uma frase de Alexandre Dumas: "O orgulho de quem não pode construir é destruir". 

Stefan



domingo, 14 de maio de 2017

A vida sem literatura é vazia


É de se admirar as pessoas que notam um ipê em seu auge, algumas até tiram fotos.
A natureza faz um belo trabalho com as flores e as pétalas que deixam no asfalto.

Admiro as pessoas que contemplam o céu, as estrelas e a lua.
Em cidades grandes é cada vez mais difícil uma contemplação na selva de pedra, no mar de tecnologia e fios de tensão.

Aplaudo os que reservam um tempo para um filme mais reflexivo e sem uma série de explosões a cada segundo como recurso de prender a atenção.

Venero quem lê, pois a leitura afasta o indivíduo da ignorância. Olhar letrinhas em uma página é castigo para muitos, quase um insulto aos ignorantes.
Como diria Nelson Rodrigues: "De gente burra só quero vaias".

Não dá pra avaliar por baixo. Um país SUB será sempre SUBdesenvolvido sem a cultura da leitura.

A poesia é o despertar da sensibilidade da alma. A arte literária é a estética do texto somada a emoção que arremata o leitor no início, meio e fim.



Se a natureza faz um belo espetáculo diariamente, assim como os animais e seus instintos, o ser humano também é parte de tudo. Nos livros, na música, na interpretação cênica, ou na simples capacidade de se emocionar com a vida. Ele aqui está.

A literatura se faz presente nas pequenas coisas desde os diálogos, até na grandiosidade dos romances. E talvez, ela tem salvado o mundo. Agindo na história, na memória e nas representações. Salvando o mundo dos ignorantes, dos gananciosos que desmatam e matam, oposição feroz aos que destroem e nada constroem. Dos que a ignoram e não a percebem.
Hitler não percebeu a literatura quando uma garotinha lhe entregou uma flor. Apenas fingiu. Se percebesse, a história talvez seria outra.
E parafraseando Raul Seixas: no início, no fim e no meio está você!

Stefan


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Abaixo a responsabilidade! Que falta faz el provocador! Homenagem a Abujamra


Aaai de mim! Como um clamor inicio este texto. Uma ode a Abujamra! Um gemido grego, característica de suas aberturas. Assim iniciava Provocações.  
Há dois anos ele nos deixou. Antônio Abujamra, o maior provocador do Brasil. Um pessimista nato. Com seus suspensórios e língua afiada. Como dizia para seus entrevistados, a única coisa falsa do programa era seu abraço no final. 
Que saudade do Mestre Abujamra! Como queria conhecê-lo. Mas, ele se foi. E tanta gente chata poderia ter ido no seu lugar. Tanto político corrupto e logo ele se foi. 

Um programa que deveria ser tombado! Meu consolo é que existe o Youtube e eu posso assistir inúmeras vezes sua entrevista maravilhosa com o Mestre Rubem Alves. A maior entrevista da história da TV! Todo educador tem obrigação de assistir (acesso no link abaixo). 

A segunda maior, sem dúvida, foi a belíssima entrevista com Elza Soares. Magnífica. Que transparência em seu relato!

Entrevistou pensadores contemporâneos como Clóvis de Barros Filho, Luis Felipe Pondé, Mario Sergio Cortella.
Outros nem tão interessantes. Mas Abujamra era um verdadeiro provocador. Iluminava as coisas. Declamava poemas de Fernando Pessoa, Oscar Wilde, Mário Quintana, Veríssimo, Drummond, entre outros clássicos! Em sua voz os textos ganhavam mais vida! 
E o que é a vida? Perguntava sempre no encerramento para todos.
O que é a vida?! Insistia. 
O que é a vida? 
Que provocação! 

Stefan

Assista! 
Entrevista Rubem Alves: 

Entrevista Elza Soares:


segunda-feira, 8 de maio de 2017

Cristo e datas mercadológicas


Todos somos alvos das datas comerciais e é quase heresia não fazer parte deste ciclo mercadológico alucinante.
Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim.. um ovo, dois ovos, três ovos e Jesus já perdeu seu verdadeiro sentido no meio do chocolate.
O Natal, que simboliza o nascimento de Cristo, foi remodelado para atender certas necessidades. Primeiramente, Jesus não nasceu em dezembro. What?? Sério isso?
Sim, muito sério. A data real do nascimento de Cristo é uma incógnita. Há quem defenda que ele nasceu em abril, mas ninguém chegou a um dado comprovado cientificamente.
Trecho retirado de uma reportagem da Superinteressante: "Uma das hipóteses com maior número de defensores entre os estudiosos do tema sugere que, em algum momento do século 4, a Igreja fixou a comemoração no dia 25 de dezembro com a intenção de suplantar o antigo – e muito popular – festival pagão do Sol Invicto, que ocorria mais ou menos na mesma época do ano e era pretexto para comilanças homéricas".
Além de comilanças, presentes e mais presentes. E um velhinho carismático chamado Papai Noel surgiu depois. Mais um amiguinho para Jesus. Consumo e mais consumo a vista.
E nesta época tem sempre um carente nas empresas que dá ideia de amigo oculto. O Boticário adora essas pessoas. Haja sacolas de Hering, Cacau Show e Boticário neste período do ano. Haja abraços falsos nas empresas!
Mas o pior não é vender. O pior é se sentir obrigado a participar de algo.
O que não é espontâneo não tem valor. O pior é se sentir cobrado para atender protocolos sociais no meio destas datas mercadológicas.
O pior é o sentido vazio que reside em um presente e não em um abraço verdadeiro e em cartões prontos que o sujeito nem complementa com uma mensagem própria.
A memória desvirtuada que se perpetuou perde seu sentido no meio do turbilhão de ofertas.


Stefan


domingo, 7 de maio de 2017

Sou contra tradições religiosas baseadas no sofrimento



O escritor Rubem Alves disse certa vez, em uma das melhores entrevistas da história da TV brasileira no programa Provocações (apresentado pelo saudoso Antônio Abujamra), que muitas pessoas tem uma visão equivocada de Deus, como um ser sádico e cruel. "Deus se deleita quando vê os homens sofrendo. Muitos agem como fosse desta forma. E é por isso que as pessoas religiosas quando fazem promessas só usam artifícios como subir 400 degraus de joelhos, ou coisas do gênero. Ninguém oferece coisas boas para Deus do tipo ler um poema do Fernando Pessoa todos os dias pelas manhãs, para alcançar uma benção.
Esse pensamento de Rubem Alves nos faz refletir sobre muitas coisas, a começar pelo sentido da vida. Será mesmo que estamos aqui vivendo um purgatório?
Há religiões que interferem em detalhes da vida pessoal como assistir televisão ou o que assistir na televisão. Esse discurso que transforma Deus em uma entidade punitiva assume um papel extremo em algumas religiões fazendo com que indivíduos com grande capacidade de pensamento se bloqueiem e sejam completamente influenciados.
Nos tempos medievais quem pensava diferente era torturado e até queimado vivo em uma fogueira. A maior subversão era pensar. E muitos antepassados diziam com frequência a frase: Não pense muito porque você vai ficar louco.
Realmente pensar requer uma responsabilidade maior e nem todos tem esta capacidade, porém somente pensando conseguirão evoluir.
O grande mal que nos assola é fruto das escolhas do próprio homem repleto de imperfeições que julga, é preconceituoso, não tem moral e veste uma máscara para a sociedade, e não para Deus.
Talvez, esses são os piores e mais atrasados. O livre-arbítrio é a maior das leis.
Quem só planta coisa ruim um dia terá uma colheita surpresa.
Culpe Deus enquanto é conveniente. Mas, eu penso que Deus quer mesmo é que todos se levantem e sigam no propósito do bem.
A tradição religiosa baseada no sofrimento é mais um ato autopunitivo do que o Senhor Onipotente nos olhando com crueldade.
Deus é Amor.

Stefan

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Queluz - um nome!


Com todo respeito ao jurista que dá nome à minha cidade, Lafayette Rodrigues Pereira, mas Queluz era um nome lindo.
Vila Real de Queluz, mais precisamente, foi o nome do município, criado em 1790.
Lembro de minhas conversas com o saudoso museólogo, Antônio Perdigão, na época da faculdade. Ele dizia que no passado as correspondências eram trocadas entre a Queluz de Minas e a Queluz paulista. Uma confusão danada.
E assim, em 1934 Queluz virou Lafayette, Conselheiro Lafaiete. Até o Lafaiete sofreu mudanças.
Confesso, prefiro a poesia, simplicidade e riqueza do nome Queluz. Inclusive, a praça mais bela da cidade mantém o nome Queluz, Praça Barão de Queluz. As famosas violas de Queluz, símbolos de um tempo.
Gostaria que a cidade respirasse mais cultura e história, mas é fato que muita coisa se perdeu.
Descasos e omissões de administrações passadas com o patrimônio, que muito perdeu de sua história. Assim como em vários municípios brasileiros que crescem desenfreadamente e sem planejamento. Lafaiete não foge a regra.
Analisando fotos do passado, que sobreviveram ao tempo graças a muitos moradores cuidadosos, é notável as mudanças e descaracterizações. Casarões perdidos, alguns em total desmanche no centro da cidade.
Mas, ainda há belezas naturais. Ipês que florescem no meio de algumas casas que carregam suas histórias e ainda sobrevivem.
Moradores que carregam a poesia, a música e a arte em suas almas queluzianas.
Queluz, você ainda vive no coração de muitos.

Stefan

segunda-feira, 1 de maio de 2017

O ganancioso se fartou dos 7 pecados até morrer


Donato, o bom vivant para muitos, 
mas que não sabia seu limite. 
Quem vive a 200 km por hora não sabe desacelerar, 
tem que ganhar sempre, se acostuma com os louros individuais e falsos.  
E quando não se dá bem, arranja um jeito de prejudicar alguém. 

Vaidoso com seu terno,
passando por cima dos outros, com seu sorriso malicioso. 
Uma fachada para o mal,
o ser humano e sua ganância maior que a ambição. 

A ambição é natural, todos querem crescer, 
mas a ganância é gula. 
É inveja que se transforma em ira,
é preguiça do esforço justo,
é soberba desmedida,
é luxúria que não alcança o prazer, 
é avareza que se perde com os anos junto com a riqueza que também se vai. 

Assim foi Donato,
fez de tudo para se promover. 
Falsas amizades, lambeu o chão de todos os seus superiores,
se fez de bom moço, deu conselhos aos desavisados,
criou intrigas, traiu seus próximos, 
e subiu, subiu, subiu...

Um dia estava no topo,
e quando se viu no espelho pensou que era um deus. 
Mas, no mesmo instante se fartou. 
Queria mais e não tinha o mais. 
Olhou novamente no espelho e se fartou de si mesmo. 
Nem Donato se aguentava mais. 
Estava farto, cheio, rico. 
Olhou para trás e percebeu que não tinha mais ninguém,
nem a si mesmo.  

Stefan