Imagem: Lucas Lima/UOL |
Um show
histórico e triste. Eu estava lá.
Foi em
pleno sábado de aleluia, no dia 15 de abril, que Kid Vinil subiu pela última
vez no palco.
O clima
antes do show era ótimo. A turma dos anos 70, 80 e 90 estava em peso e o local repleto
de fãs nostálgicos.
Era uma
noite anos 80 no Clube Dom Pedro II, chamada Festa Retrô. Outros grandes nomes
da música se apresentariam na noite como Kiko Zambianchi e Ritchie, além do DJ
Black Show.
Kid Vinil
não decepcionou ao assumir o microfone. Sua vitalidade era grande. Levantou o
público lafaietense com os principais sucessos, "Eu sou boy", Tic Tic
Nervoso", entre outros. Um verdadeiro representante do Rock Nacional.
Músicos do Ultraje a Rigor o acompanhavam na noite histórica.
Tocou
aproximadamente sete músicas e se despediu com o seu carisma característico. Em
seguida, Zambianchi assumiu o palco. Foi quando na metade da segunda música
tudo parou.
Um
silêncio no palco, ninguém entendia nada. Olhares se cruzavam à espera de
alguma resposta, de alguma informação. O que aconteceu??? Todos se
questionavam.
Foi
quando um representante do clube surgiu no palco dizendo que Kid Vinil tinha
passado mal. Um choque que além de atingir o público também acertou em cheio
sua produção. O músico foi atendido no local e em seguida transferido para um
hospital de Conselheiro Lafaiete.
Seus
companheiros não tiveram mais clima para tocar e a plateia compreendeu
perfeitamente. O entusiasmo se apagara e dava lugar a preocupação.
Após um
tempo foi transferido para São Paulo e no dia 19 de maio, infelizmente, não
resistiu. Um ponto final na página da vida.
O
escritor inglês Aldous Huxley disse certa vez: “Conhecimento não é aquilo que você sabe, mas o que você faz com aquilo
que você sabe”.
E Kid
Vinil soube passar como ninguém seu conhecimento sobre a história do rock às
demais gerações. Um grande defensor do rock, do underground até os nomes mais conhecidos. Um oásis em tempos de
músicas industrializadas e com prazos de validade cada vez menores.
Morre
mais um grande nome da música e do rádio. E eu pensei que ele viveria pelo
menos uns 100 anos! A Morte realmente não faz cerimônia e não pede licença.
Antônio
Carlos Senefonte, Kid Vinil, que agora você esteja com os grandes nomes do Rock
Nacional e da música brasileira: Raúl Seixas, Renato Russo, Cazuza, Cássia
Eller, Chico Science, entre outros que você admirava e já se foram.
Que no
céu tenha muita música boa!
E o pior
de tudo é que político não morre...
Stefan Willian
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