quinta-feira, 9 de novembro de 2017

O racismo de William Waack é apenas a ponta do iceberg de uma sociedade doente



A divulgação do vídeo em que o jornalista e apresentador do Jornal da Globo exerce um ato de preconceito contra os negros é apenas o fato inicial para o que vou abordar neste texto. Somente a ponta do Iceberg.
O preconceito, a intolerância e os atos de totalitarismo estão ganhando cada vez mais espaço na internet e nos diversos meios de comunicação. Alguns destes atos remetem a uma época medieval.
Fico imaginando o que passou na cabeça do jornalista Heraldo Pereira, companheiro de trabalho de William Waack no telejornal. Certamente deve ter ficado profundamente decepcionado com o colega que demonstrou total desrespeito pelos negros.
O desprezo por determinadas classes se transformou em algo recorrente para apresentadores de telejornal. Não devemos esquecer do dia em que Boris Casoy destilou seu desprezo pelos garis em plena bancada de seu telejornal. Se você não viu, a internet está aí para lembrar este triste episódio.
Pensei em expor as infelizes frases emitidas pelos dois jornalistas aqui neste texto, mas após uma reflexão e por respeito à dignidade de todas as pessoas decidi não fazer isso.
As máscaras um dia caem, pois ninguém pode sustentar a falsidade o tempo todo. Foi o que aconteceu com os dois citados neste texto. O que me deixou ainda mais pasmo, foi ler alguns comentários nas reportagens sobre o ocorrido. Mais uma vez eu percebi o quanto a sociedade está doente e tive a sensação de estar vivendo na Idade Média.
Associaram o racismo de William Waack ao fator político e disseram coisas partidárias que não tinham absolutamente nenhuma relação com o episódio. Alguns disseram que isso é normal e que existe muito MIMIMI da sociedade e voltaram a xingar um ou outro partido.
Fica parecendo que se uma figura pública é simpática a uma causa defendida por eles, tudo bem. O crime deve passar despercebido, ocultado.

INTOLERÂNCIA

O que dizer do retorno das tochas, nas manifestações em São Paulo contra a filósofa Judith Butler que veio falar sobre democracia? Manifestantes contrários repetiram atos da Idade Média e queriam que a filósofa não discursasse porque ela defende e estuda a teoria de gêneros. Tudo isso ocorreu, sendo que ela nem iria falar deste assunto. Mesmo que falasse, a intolerância com opiniões contrárias está chegando ao fanatismo.
Olho para o final do ano de 2017 e vejo um céu nublado. E se as coisas não melhorarem teremos relâmpagos, tsunamis e furacões de ódio em 2018. Enquanto alguns possuem máscaras, outros já não se importam com nada e demonstram desrespeito ao próximo com olhos de rancor. As duas coisas são péssimas.

Alguns levantam a bandeira da boa família, mas me pergunto se estes valores que pregam realmente estão sendo aplicados na prática. Lembro de Rubem Alves questionando aqueles que falam o tempo todo de Deus, mas esquecem de viver Deus. 

Stefan 

Um comentário:

  1. Stefan, você conseguiu expressar nesse texto o mesmo sentimento que tenho tido com nossa sociedade... perplexidade. Mas nada está tão ruim que não possa piorar. Como as coisas vão indo, 2018 promete uma catástrofe.

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