segunda-feira, 5 de junho de 2017

Quando o ser humano se transforma em uma empresa



Liguei a televisão e estava passando uma entrevista de Marília Gabriela com uma garota de programa. Uma declaração da entrevistada me chamou a atenção. Ela afirmou: "Hoje sou uma empresa"
Em tempos de Marketing Pessoal não é estranho que profissionais das mais diversas áreas se transformem em pessoas jurídicas. 
Cabe uma reflexão: empresas não têm sentimento, visam o lucro e possuem um olhar cada vez mais macro e voltado às mudanças de mercado. 
Quando o ser humano se transforma em uma empresa ele absorve grande parte dessas características. Perde sua humanidade e sua originalidade. É um graveto que balança de acordo com o soprar do vento. 

As cifras podem ser como ervas daninhas. Neste caminho tortuoso de sobrevivência é tarefa importante não deixar os valores para trás. 
A essência não é comercial. Nem tudo se compra, nem tudo está a venda. 
Rubem Alves dizia: "Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa". 
Há crianças que perdem a infância satisfazendo a vontade dos pais de serem famosos e estarem em evidência em algum veículo midiático. Simplesmente para serem exibidos como troféus para a sociedade. Não sou contra àqueles que sabem dosar e propiciam aos filhos momentos de lazer, de serem de fato crianças. Mas, sou contra pais que tiram a infância dos filhos e que se beneficiam com isto à qualquer custo. Mesmo que jurem que não têm esta intenção. 

Sou contra alunos que se posicionam como clientes e chegam ao ápice da falta de bom senso ao dizer. "Estou pagando, pago o seu salário". Graças a Deus nunca aconteceu comigo. No ambiente educacional não deve haver esta premissa. O conhecimento não se adquire com um cheque e sim com estudo e reflexão. 

Jovens também estão se transformando em empresas fitness no Instagram. Agora os likes também representam money. Até quando surgir alguém mais bonito e mais curtido. Não esqueça o prazo de validade que é implacável. É bom lembrar que os patrocinadores não esquecem jamais. 

E nesta metamorfose ambulante caminha a humanidade. A linha é tênue em ser uma empresa ou um produto. Uma afirmação cruel? Nem tanto. Depende da perspectiva. 

Stefan




Um comentário:

  1. Excelente, destaque para alguns trechos que chamam atenção e nos convidam a reflexão; "A essência não é comercial. Nem tudo se compra, nem tudo está a venda", e "Estou pagando, pago o seu salário", simplesmente lamentável as pessoas considerarem por um segundo que tudo se compra, que tudo pode estar a venda, e um aluno pensar dessa forma que esta pagando o salário do professor, se posicionando meramente como um cliente. Infelizmente existem sim pessoas assim, prefiro pensar que são minoria.

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