segunda-feira, 24 de abril de 2017

Nelson Piquet - o Antagonista ou o esportista mais autêntico do Brasil?


Nelson Piquet, o tri campeão mundial de Fórmula 1 que não virou herói nacional.
Ao contrário do ídolo Ayrton Senna do Brasil, esportista brasileiro mais reconhecido e idolatrado, Piquet não tinha uma imagem de bom moço.
Quando foi campeão pela primeira vez foi questionado por repórteres a quem dedicava o troféu. E na resposta foi categórico: dedico a mim mesmo. 
Uma resposta autêntica, mas não bem vista pela mídia e consequentemente pela nação. Poderia muito bem ter sido político e dedicado ao povo brasileiro. Mas, Piquet foi pontual. O homem que não teve apoio do pai na F1, usou o sobrenome da mãe para entrar no automobilismo, entendia tudo de mecânica e criou várias inovações na Fórmula 1 com o projetista Gordon Murray como: o aquecimento de pneus e até mesmo o Pit Stop como informa Elder Dias em sua resenha no Jornal Opção (link no post).
Era o antagonista.  Desestabilizava emocionalmente seus adversários como Nigel Mansell da Williams, zombava do nariz de Alain Prost na frente das câmeras e é claro, sobrou até para Senna. Piquet insinuava que o ídolo nacional não era muito fã de mulher.
Piquet era avesso ao marketing. Não fazia média com ninguém. Foi um gênio nas pistas, autor da maior ultrapassagem de todos os tempos sobre Ayrton Senna. E ainda teve tempo de mostrar o dedo do meio para o adversário. Pura irreverência!
Criticou as mudanças nos carros ao longo dos anos como a transmissão manual sendo substituída pela automática.
Uma figura interessantíssima para analisarmos o comportamento da mídia nacional em relação ao esportista.
Não foi ao enterro de Ayrton Senna e afirmou que não eram amigos para Marília Gabriela. Porém, foi no Roda Viva e respondeu tudo a respeito do acidente, isentando Ayrton de qualquer falha humana e falando mais uma vez o que pensa. Disse que foi falha mecânica, nadando mais uma vez contra a poderosa maré que é a Fórmula 1.
Ao contrário, o maior rival de Senna nas pistas, Prost, foi e enalteceu o ídolo, mesmo após ter publicado um livro que não falava coisas boas do piloto brazuca. Que contradição!
Piquet manteve a legitimidade de sua personalidade e não quis ir no enterro para aparecer.
Ao falar que Piquet não era bem aceito pela mídia, leia-se claramente Rede Globo. A rede que pauta tudo que é importante no país. Um anti-herói não faz o estilo global. Preferem lançar mocinhos e mais mocinhos nas novelas e cultuar ídolos vendáveis.
Nelson Piquet, sem dúvida, foi em diversas ocasiões um ser controverso, irreverente e até mesmo indesejável. Mas, sim, foi um gênio nas pistas. Um gênio incompreendido. E além disso, um grande empreendedor.
E só pelo fato de não ser político, seguir roteiros previamente estabelecidos e aceitar tudo que prega a imprensa merece respeito.

Stefan

Link citado abaixo: 




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