domingo, 16 de abril de 2017

O Sopro

Foto: Tarot da transformação - Jorge Puente

O Sopro vem com o passar dos anos, 
de poucos ou muitos, 
vinte, trinta, quarenta,
de tempo em tempo.

O Sopro não anda sozinho. 
Tem uma amiga famosa, 
temida nos quatro cantos do mundo. 
Temperamental, como uma mulher naqueles dias, 
mais conhecida como a Morte. 

Juntos formam um casal pouco ortodoxo.
O Sopro é brincalhão, gosta de assustar. 
A Morte não tem bom humor e não dá brecha para brincadeiras. 
De vez em quando escuta o Sopro,
de quando em vez, não. 

Enquanto um brinca, o outro é estatístico,
cumpre com o seu dever. 
Cinquenta, sessenta, setenta, 
um avisa, o outro leva. 

É melhor receber o aviso do Sopro,
do que a carona da morte. 
Um dá pra adiar, corrigir, melhorar. 
Já a carona é uma passagem só de ida. 
Oitenta, noventa, cem...
Um bilhete sem endereço. 


Stefan

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