Foto: Tarot da transformação - Jorge Puente |
O Sopro vem com o passar dos anos,
de poucos ou muitos,
vinte, trinta, quarenta,
de tempo em tempo.
O Sopro não anda sozinho.
Tem uma amiga famosa,
temida nos quatro cantos do mundo.
Temperamental, como uma mulher naqueles dias,
mais conhecida como a Morte.
Juntos formam um casal pouco ortodoxo.
O Sopro é brincalhão, gosta de assustar.
A Morte não tem bom humor e não dá brecha para brincadeiras.
De vez em quando escuta o Sopro,
de quando em vez, não.
Enquanto um brinca, o outro é estatístico,
cumpre com o seu dever.
Cinquenta, sessenta, setenta,
um avisa, o outro leva.
É melhor receber o aviso do Sopro,
do que a carona da morte.
Um dá pra adiar, corrigir, melhorar.
Já a carona é uma passagem só de ida.
Oitenta, noventa, cem...
Um bilhete sem endereço.
Stefan
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