terça-feira, 11 de abril de 2017

Universidade e a idade da razão


Escrevo este texto após uma experiência intensa ao longo de quase 9 anos como professor universitário. E pretendo prolongar este tempo de docente para o resto da minha existência, pois lecionar é uma motivação constante e que só aumenta a cada dia.

Neste período convivi e convivo com diversos perfis de acadêmicos. A cada semestre me deparo com novos desafios, novas experiências como educador que extrapolam todas as expectativas que tive antes de escolher esta vocação. Claro, que para melhor.

A questão maior aqui representada é sem dúvida, as diferenças entre alunos. Não quero que este texto seja técnico, por isso vou me ater ao fator motivação. É visível que há aqueles que estão na universidade para se transformar em algo melhor, ou seja, evoluir constantemente, adquirir conhecimento e se tornarem bons profissionais. Porém, existem alunos que insistem em um processo de empurrar os estudos, como se no final do semestre houvesse uma fórmula mágica de serem aprovados. Eu os chamo de alunos invisíveis que ao final de seis meses se tornam visíveis.

São pessoas que estão na faculdade, mas ao mesmo tempo não estão. Infelizmente, alguns se formam e até chegam no mercado de trabalho. Há uma polêmica sobre o termo ALUNO. Alguns acham que significa indivíduo sem luz, outros repudiam o termo.
Eu prefiro acreditar no que Sartre disse: "O indivíduo é condenado a ser livre". E realmente a liberdade é sensacional, mas vem carregada de responsabilidades. É livre arbítrio.

Ainda me surpreendo com a maturidade de alguns. Há estudantes incríveis! Que tornam a aula mais que espetacular. A transformam em um momento que o próprio professor não quer que acabe. E olha que ele é agente fundamental no processo.

Também é maravilhosa a sensação de ver a metamorfose ambulante daquele que não queria estudar se transformando em alguém que decide encarar o ensino. A motivação, a conversa, é um dos papéis do professor, mas o aluno é autor da sua vida. Não está isento disto. A universidade, sem dúvida, separa os homens das crianças.

É a idade da razão!

Stefan

* Escrevo este texto após o término de uma leitura proveitosa do livro "A idade da razão" do escritor e filósofo Jean Paul Sartre. 


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