Super-heróis que sangram

A nova onda cinematográfica veio para tornar a imagem dos super-heróis em algo mais realista. Os filmes Logan e Deadpool inauguraram um novo estilo de abordar a temática dos heróis. No ano 2017 não existe mais o herói invencível, insuperável e sempre penteado como o Super-Homem interpretado brilhantemente por Christopher Reeve das décadas de 70 e 80. Este estereótipo foi superado e hoje as cicatrizes de Logan e a deformidade de Deadpool nos levam ao cinema com mais entusiasmo.

Mas por que? 

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Primeiramente, nos identificamos mais com os personagens que sofrem, que vivenciam angústias, que apanham e se levantam em seguida. Isto é basicamente a nossa vida. Todos os dias temos que enfrentar monstros que possuem nomes diferentes do que os heróis enfrentam nos filmes. Os nomes que mais conhecemos são depressão, desemprego, desigualdade, pobreza, corrupção, inveja, violência, injustiça e por aí vai.

Deadpool

Alguns desses monstros nos deixam marcas que são difíceis de cicatrizar. 

Um dia Roberto Bolanos, intérprete de Chaves e Chapolin, disse que "O heroísmo não consiste em não ter medo, mas superá-lo. Batman e Superman são todos poderosos e não podem ter medo. O Chapolin Colorado morre de medo, mas consciente de suas deficiências enfrenta o problema. Isso é um herói". 

As palavras de Roberto são extremamente atuais e ele disse isso há algumas décadas. Portanto, esta nova era em que vivemos é do super-herói que supera o medo e possui vários pontos fracos, assim como todo ser-humano. 

Esta é a razão de um filme como Logan ser um sucesso de bilheteria. Ele é um homem atormentado, depressivo e com um passado que o assombra todos os dias. Ele sangra e morre como qualquer um de nós.

Muitas vezes temos que levar na descontração os tropeços da vida como Deadpool que faz piada com suas desgraças e com as dos outros também. 

Os filmes de super-heróis se transformaram num retrato fidedigno da humanidade. Às vezes sobrevivemos, outras não. 

Stefan