Cena do filme "O Homem que viu o infinito" |
Neste carnaval chuvoso, assisti ao filme “O Homem que viu o
infinito” sobre Srinivasa Ramanujan, gênio da Matemática indiano que construiu
seu saber de forma autodidata e realizou grandes contribuições na área.
Um homem que rompeu as fronteiras de seu país sendo aceito
na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, para publicar seus feitos na área
de Matemática, tendo como mentor o Prof. G. H. Hardy.
O filme mostra a luta de Ramanujan para publicar seus
feitos, mas também nos mostra um lado sombrio da academia. O ego de professores
preconceituosos que não admitem a genialidade de Ramanujan e fazem de tudo para
conter seu ímpeto.
Na mesma semana assisti a um vídeo do filósofo Luis Felipe
Pondé, em que ele fala sobre quantas produções acadêmicas de pós-graduação são
qualificadas como importantes dentro do meio, mas totalmente irrelevantes no
debate exterior a academia. Produções restritas ao meio acadêmico e que as
pessoas não tomam conhecimento porque esses periódicos só circulam dentro deste
espaço. Resumindo, ele diz que são produzidos relatórios que as pessoas não
lêem, mas que pontuam, e se você não faz isto você não sobrevive no sistema.
Segundo Pondé “o sistema privilegia uma burocracia da produtividade em
detrimento de uma produção mais relevante porque é preciso produzir métricas
para assegurar esta qualidade”. Isto impacta pelo fato de muitos alunos já
entrarem na pós-graduação preocupados com a carreira, portanto já entram
visando a pontuação e servindo a este grande Sistema.
Concordo com o filósofo neste ponto, pois penso também que a
pós-graduação deve servir antes de tudo aos interesses e inquietações que as
pessoas possuem em relação ao conhecimento e não somente num processo de
alimentação burocrático do sistema.
Ramanujan - gênio da matemática |
Retornando ao filme, Ramanujan consegue superar os
obstáculos e comprova suas realizações, tornando-se membro da Sociedade Real
das Ciências, um importante título no meio acadêmico. Mas, o que mais importava
para o indiano era exatamente a contribuição que estava dando em sua área de
saber. Um conhecimento de grande relevância para a humanidade. Portanto, a
pós-graduação deve ter como fruto de trabalho uma pesquisa relevante para uma
aplicabilidade e não somente visando uma pontuação sistemática.
Encerro este texto com um pensamento de Franz Kafka “Apenas
se deveriam ler os livros que nos picam e que nos mordem. Se o livro que lemos
não nos desperta como um murro no crânio, para quê lê-lo? ”
Que surjam mais produções relevantes para uma evolução maior
para todos.
Link do vídeo do filósofo Luis Felipe Pondé:
https://www.youtube.com/watch?v=8BR301tjszY
Link do vídeo do filósofo Luis Felipe Pondé:
https://www.youtube.com/watch?v=8BR301tjszY
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