sábado, 20 de maio de 2017

O último show

Imagem: Lucas Lima/UOL
Um show histórico e triste. Eu estava lá.
Foi em pleno sábado de aleluia, no dia 15 de abril, que Kid Vinil subiu pela última vez no palco.
O clima antes do show era ótimo. A turma dos anos 70, 80 e 90 estava em peso e o local repleto de fãs nostálgicos.
Era uma noite anos 80 no Clube Dom Pedro II, chamada Festa Retrô. Outros grandes nomes da música se apresentariam na noite como Kiko Zambianchi e Ritchie, além do DJ Black Show.

Kid Vinil não decepcionou ao assumir o microfone. Sua vitalidade era grande. Levantou o público lafaietense com os principais sucessos, "Eu sou boy", Tic Tic Nervoso", entre outros. Um verdadeiro representante do Rock Nacional. Músicos do Ultraje a Rigor o acompanhavam na noite histórica.
Tocou aproximadamente sete músicas e se despediu com o seu carisma característico. Em seguida, Zambianchi assumiu o palco. Foi quando na metade da segunda música tudo parou.
Um silêncio no palco, ninguém entendia nada. Olhares se cruzavam à espera de alguma resposta, de alguma informação. O que aconteceu??? Todos se questionavam.
Foi quando um representante do clube surgiu no palco dizendo que Kid Vinil tinha passado mal. Um choque que além de atingir o público também acertou em cheio sua produção. O músico foi atendido no local e em seguida transferido para um hospital de Conselheiro Lafaiete.
Seus companheiros não tiveram mais clima para tocar e a plateia compreendeu perfeitamente. O entusiasmo se apagara e dava lugar a preocupação.
Após um tempo foi transferido para São Paulo e no dia 19 de maio, infelizmente, não resistiu. Um ponto final na página da vida.
O escritor inglês Aldous Huxley disse certa vez: “Conhecimento não é aquilo que você sabe, mas o que você faz com aquilo que você sabe”.
E Kid Vinil soube passar como ninguém seu conhecimento sobre a história do rock às demais gerações. Um grande defensor do rock, do underground até os nomes mais conhecidos. Um oásis em tempos de músicas industrializadas e com prazos de validade cada vez menores.
Morre mais um grande nome da música e do rádio. E eu pensei que ele viveria pelo menos uns 100 anos! A Morte realmente não faz cerimônia e não pede licença.

Antônio Carlos Senefonte, Kid Vinil, que agora você esteja com os grandes nomes do Rock Nacional e da música brasileira: Raúl Seixas, Renato Russo, Cazuza, Cássia Eller, Chico Science, entre outros que você admirava e já se foram.
Que no céu tenha muita música boa!

E o pior de tudo é que político não morre...


Stefan Willian




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